terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Um copo mais..


Bebo um copo de cerveja numa taberna que há perto da minha casa. Como sou o único cliente, o dono me acompanha com outro, me pergunta se quero mais um e eu aceito.
Começa a me falar do Real Zaragoza, porém quando percebe que o assunto não me interessava muito, ele resolve mudar de tema. Fala da sua mulher, como ela adora telenovelas latinas e comenta algo de sua querida filha. Me mostra uma foto de sua filha, tudo o que lhe queria dizer naquele momento era que sua 'querida filha' era um triste aborto, mas resolvo ser simpático e digo que é uma bela filha.
Quando me mostra a foto da sua mulher, até tive que beber de 'penalti' toda a cerveja, a '
feiura' da senhora era inexplicável tal como o amor do homem pela sua mulher.
Assim é o amor, cego e
incompreensível, uma teoria incorrecta onde todos nós gostaríamos de encontrar uma solução. Debatemos com nós mesmos, por vezes frente a um espelho e insultando o nosso reflexo como se fosse o nosso pior inimigo.
Não que um copo de cerveja ajude a melhorar os nossos problemas, e sim o acto de beber sozinho aquele determinado liquido, inclinando o copo pouco a pouco, saboreando desde a ponta, voltando a por o copo na mesa. Olhando ao nosso redor e ver que não se encontra ninguém, excepto o dono da taberna esfregando os copos sujos da pia.

Ao ver meu copo vazio, o senhor me enche novamente com cerveja e em seguida insiste em que é por conta da casa. Me pergunta o que faço da vida, digo-lhe que sou um aspirante á actor e a director cinematográfico. Percebe que o meu sotaque não é daqui e lhe digo que vim meio do Brasil e meio de Portugal, lhe conto um pouco como era viver em Portugal, as diferenças com Espanha, enfim, esse tipo de coisa, mais que habitual que perguntamos sempre á alguem que venha de outro pais.
Bebemos então a cerveja. Após isso o senhor me conta como gosta de filmes de Marlon Brando e de alguns actores espanhois que não conheço. Bebemos mais um shop/imperial. Diz-me também que actrizes como antigamente ja não existe. Bebemos outra. Explica-me que antigamente ver as pernas de uma mulher ja era para ficar excitadissimo, e que hoje temos que ver os orgãos sexuais de varios angulos para podermos ter uma erecção. Bem, isso diz ele, cada um com seu cada um. Bebemos mais uma.



Um comentário:

  1. podes crer, é bom eu vir praqui ler o teu dia-a-dia zé, não fosse ele passado a beber!
    quando vieres a Portugal trás lá o sujeito da taberna, vamos mostrar-lhe o que são gajas a sério e que não tem que olhar para uma cona de vários ângulos para ter uma erecção LOL

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